Segundo Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), setor livreiro sofreu uma quebra de 80% durante período de isolamento social obrigatório
(Pixabay)
O Governo de Portugal anunciou recentemente o Plano de Desconfinamento do país. Entre as medidas, determinou-se a autorização para reabertura de comércios locais com até 200 m² e livrarias, a partir desta segunda-feira, 4 de maio.
A decisão foi recebida de forma positiva pelos livreiros. Segundo João Avim, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), isto poderá permitir revigorar o setor que “estava a morrer e vai ficar muito magoado deste intervalo todo”.
A reabertura será permitida somente para aquelas lojas que seguirem as determinações do governo. As livrarias devem abrir as portas somente após 10h da manhã. O uso de máscaras deve ser obrigatório e o distanciamento social de 2 metros deve ser mantido dentro de espaços fechados. Além disso, estão proibidos o ajuntamento com mais de 10 pessoas.
Antonio Duarte, da Livraria Homem dos Livros, afirma que está ciente das regras estabelecidas e confirma que seu estabelecimento irá abrir em horário parcial de segunda a sexta. “Também vamos dispor de máscaras, luvas, gel de desinfeção e o máximo de dois clientes em simultâneo”, reforça.
Apesar da reabertura no mês de maio, Duarte acredita que as vendas só vão normalizar em junho. “Nesse início vai ser muito fraco. Apesar de todas as medidas, há muito receio e expectativa nas pessoas”, afirma. A livreira Teresa Cunha, da livraria infantil “Salta Folhinhas”, é mais positiva. Para ela, a expectativa é que as vendas aumentem e as perdas financeiras do período de Estado de Emergência sejam recuperadas. “Todos temos de começar a procurar a possível normalidade. Teremos de nos reorganizar e de pensar em novas soluções para um problema que é novo para todos. Esperamos naturalmente aumentar as vendas com a loja aberta ao público”, acrescenta.
Período de Isolamento trouxe queda de vendas
Durante o período em que as lojas estiveram fechadas, os rendimentos das livrarias tiveram quedas significativas. Segundo dados da APEL, o setor sofreu uma quebra de 80%, o equivalente a 20 milhões de euros.
Duarte, da Homem dos Livros, conta que suas vendas caíram 40%, uma porcentagem significativa. “Os impactos foram lesivos para o nosso contato social com os clientes e para as despesas que temos. Apenas temos recebido pedidos pela internet através da nossa página nas redes sociais”, conta.
Teresa Cunha, da "Salta Folhinhas”, conta que teve uma queda superior a 50%. “Os livros infantis são comprados maioritariamente para oferta e nos dias de hoje não há festas de aniversário, o que reduz significativamente as vendas”, lamenta. A alternativa, para ela, foi se reinventar no mundo digital. “Começamos a publicar newsletters regulares, mais apelativas, e também aceitamos as encomendas por email e enviamos por correio ou entregamos à porta”, finaliza.
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