Tinha tudo para ser uma aventura única e memorável, aquela que aguardava Jéssica Machado. Estudante do terceiro ano de Psicologia na Universidade do Rio Grande do Sul, escolheu o Porto, onde chegou a 26 de Janeiro, para uma experiência de mobilidade internacional que teria início apenas em meados de Fevereiro. Optou por viajar mais cedo, acompanhada da família, para conhecer e desfrutar das melhores paisagens portuguesas. Foi assim até ao início das aulas na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto.
Até que uma doença de índole desconhecida a ameaçar os planos outrora traçados pela jovem. Os primeiros sinais surgiram do exterior, onde a SARS-CoV fez as primeiras vítimas e confinou milhões de pessoas às suas próprias casas. Portugal passou a integrar a lista de países com casos confirmados a 2 de Março, 11 dias antes de todas as aulas presenciais da Universidade do Porto terem sido suspensas e 16 dias antes de ser decretado estado de emergência em Portugal – no qual se incluía o dever cívico de recolhimento.
A vida de Jéssica ficou, assim, refém das quatro paredes que delimitam o seu quarto na residência universitária da U.P no Campo Alegre. Foi neste espaço que fintou a passagem os dias esforçando-se por criar uma rotina da qual se incluem tarefas como estudar, assistir às aulas, a prática de exercício físico, apanhar sol ou a aprendizagem da língua japonesa. O objectivo é manter-se positiva, mesmo que a pandemia insista em puxa-la para baixo e tenha posto um ponto final antecipado à sua aventura.
À data da conversa com o Vozes Invictas, Jéssica ainda não tinha uma decisão tomada sobre o seu futuro em Portugal, pelo que um possível regresso ao Brasil ainda estava a ser considerado.
Por: Ana Rita Moutinho e Maria João Silva
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